Periodontite: o que é, sintomas, consequências e como tratar essa doença bucal
O sangramento na gengiva é um indicativo de que a sua saúde bucal pode não estar muito bem, e a periodontite pode ser uma das causas para isso. Que tal entender um pouco mais sobre essa doença que afeta o tecido gengival?
O sangramento na gengiva é um indicativo de que a sua saúde bucal pode não estar muito bem, e a periodontite pode ser uma das causas para isso. Que tal entender um pouco mais sobre essa doença que afeta o tecido gengival?

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Periodontite: o que é, sintomas, consequências e tratamentos

Periodontite: o que é, sintomas, consequências e como tratar essa doença bucal

13/09/2019

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Quando você escova os dentes, sua gengiva começa a sangrar? Essa situação é mais comum do que se pensa! A gengivite acomete diversas pessoas ao redor do mundo e por mais que a inflamação não seja algo grave, se o quadro não for tratado corretamente, as chances de evoluir para uma periodontite são bem altas. A periodontite, por sua vez, pode trazer diversas consequências nada agradáveis para o seu sorriso, podendo levar até mesmo a perda dentária. Entenda tudo que você precisa saber sobre esse assunto!

1. Entenda o que é a periodontite

Considerada uma fase progressiva da gengivite, a periodontite é uma doença infecciosa e bacteriana que afeta significativamente os tecidos de suporte dos dentes, como o osso e o ligamento periodontal. “A periodontite é um estágio mais avançado da gengivite. No entanto, a periodontite já envolve a perda de osso em volta do dente, mais especificamente na raiz dele, onde é sustentado”, explica o especialista em periodontia Márcio Costa.

Mas como isso acontece? De acordo com o dentista Cláudio Rêgo, o problema se dá pelo acúmulo de placa bacteriana na região dos dentes e da gengiva, e por isso é tão importante manter uma boa higiene bucal. No entanto, vale destacar que outras causas também podem influenciar o surgimento da doença:

Má oclusão dos dentes, pois quando não há um encaixe perfeito entre as arcadas dentárias torna-se mais fácil o acúmulo de restos alimentares entre os dentes;
• Acúmulo de tártaro
• Cáries
• Baixa produção de saliva
• Tabagismo
• Uso de medicamentos fortes, como antibióticos

1.1 Quais os principais sintomas da periodontite?

O diagnóstico precoce sempre é importante, e para que isso seja possível é preciso reconhecer os sintomas da doença logo no início. A gengivite e a periodontite são facilmente confundidas, até mesmo pelo fato de uma ser a evolução da outra, e apesar de alguns sintomas serem semelhantes, a periodontite se manifesta de forma mais agressiva. Fique de olho em alguns sinais:

Mau hálito;
• Gengivas muito vermelhas ou roxas;
• Sangramento nas gengivas, principalmente durante a escovação;
• Sensibilidade nas gengivas ao tocar;
• Dentes soltos ou moles;
• Gengivas inchadas;
• Paladar alterado e seus dentes parecem mais longos.

1.2 As consequências da periodontite para a saúde bucal

Assim como toda doença bucal, a periodontite tem suas consequências que refletem não só na boca, mas também no organismo como um todo. "A gengiva fica inflamada, levando em sua progressão a perda óssea, o que leva a queda do elemento dentário e com menos dentes a mastigação fica prejudicada", esclarece o cirurgião-dentista Cláudio Rêgo. A falta de um dente influencia muito na hora de mastigar. Nem sempre o alimento é triturado de forma certa e isso pode causar problemas estomacais e provocar outra complicação no meio bucal: o mau hálito.

1.3 Confira 4 hábitos que podem ajudar a evitar a doença

Não é muito difícil cuidar do seu sorriso, sabia? E a melhor forma de fazer isso é mantendo a sua saúde bucal sempre em dia. Além disso, alguns hábitos podem ser grandes aliados nessa missão, desde que você consiga adequá-los à sua rotina. O dentista Clébio Ferreira Júnior separou uma pequena lista com dicas para você não deixar doenças como a periodontite te pegarem de surpresa:

I) Não esqueça do fio dental: Apesar de ser deixado de lado por algumas pessoas, o fio dental é um acessório fundamental para a limpeza total dos dentes. Isso porque a escova não consegue alcançar todos os espaços entre os dentes, e o fio dental desempenha justamente esta função. "Depois das refeições muitos resíduos alimentares ficam entre os dentes e interagem com as bactérias, podendo formar a placa bacteriana", alerta o profissional.

II) Escove os dentes corretamente: Desde cedo ouvimos que uma boa higiene bucal começa com a escovação dos dentes. E por mais que produtos como o fio dental e enxaguante bucal ajudem bastante no processo, nada substitui o uso da escova de dente e do creme dental. "A ausência de uma correta higienização bucal é o principal fator responsável pelo aparecimento da gengivite e da periodontite", explica Clébio. Então você já sabe, né? Nada de esquecer de praticar a escovação após as principais refeições.

III) Evite doces: Todo mundo adora uma guloseima depois do almoço, mas você sabia que ao ingerir esse tipo de alimento você pode prejudicar a sua saúde bucal e formar ainda mais placas bacterianas na cavidade oral? Claro que ninguém é de ferro, e comer um docinho uma vez ou outra até vai, o que não pode é o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar ou o risco de contrair alguma doença bucal é bem alto.

IV) Visite o dentista regularmente: Chega de desculpinhas, hein? Uma consulta com o seu dentista pode te salvar de várias ciladas, afinal é o profissional analisa como anda a saúde dos seus dentes e é ele quem vai poder identificar se algo estiver errado. O mais recomendado é que as visitas ocorram anualmente ou pelo menos duas vezes a cada seis meses, dependendo de como esteja a saúde bucal do paciente.

2. Tratamento para a periodontite

A periodontite não tem cura, mas tem tratamento, e desde que o paciente siga certinho todas as orientações passadas pelo médico, não há por que se preocupar. Para começar, em primeiro lugar é necessário o diagnóstico tanto da doença quanto da situação periodontal através de sondagem e registro do periograma. “O paciente é avaliado como um todo, medicação que usa, cáries, tratamento endodôntico necessário, etc. Com o resultado dessa avaliação, e de acordo com o diagnóstico, o paciente será encaminhado a um especialista que solicitará laudos”, conta a especialista em periodontia Fabíola Fernandes.
Dessa forma, o tratamento consiste basicamente em três fases: a Terapia Básica Periodontal, que nada mais é do que o processo de raspagem, a Terapia Cirúrgica, que nem sempre é necessária, e a Terapia Periodontal de Suporte.

2.1 Raspagem

De acordo com o profissional, a raspagem tem como objetivo a remoção dos tártaros ou cálculos aderidos à superfície dentária, além da descontaminação da superfície radicular, removendo toxinas prejudiciais ao periodonto. Esse processo é o primeiro passo para o tratamento da periodontite, sendo chamado de supragengival, já que acontece na superfície do dente. Mas além dele, existe também a raspagem subgengival, que busca a remoção do tártaro escondido abaixo da margem da gengiva. "A remoção mecânica dos cálculos pode ser feita através de instrumentos manuais, como as curetas e o raspadores, ou através de instrumentos ultrassônicos (ultrassom odontológico)", finaliza.

2.2 Cirurgia

Em casos onde o tártaro é muito profundo, uma cirurgia pode ser o procedimento mais indicado, conforme o especialista em periodontia Cléber Ferreira Júnior explica: "Nestes casos são realizadas cirurgias que tem como objetivo expor as superfícies das raízes dos dentes para proporcionar uma melhor raspagem". No entanto, apesar de a doença ser eliminada em um primeiro momento, vale lembrar que a periodontite não tem cura e é preciso o acompanhamento profissional a cada 6 meses para o devido controle da doença.

2.3 Terapia Periodontal de Suporte

Por último, mas não menos importante, esse tipo de terapia visa o controle permanente de biofilme (placa bacteriana), segundo a dentista Fabíola Fernandes. Portanto, após recuperar a saúde das estruturas periodontais com os procedimentos anteriores, a Terapia Periodontal de Suporte é uma maneira do profissional examinar e fazer a devida manutenção no local para evitar possíveis recidivas. “"Para se evitar que a doença retorne é fundamental que o paciente faça a Terapia Periodontal de Suporte, que nada mais é do que a consulta de manutenção”.

3. Dúvidas sobre a periodontite

É totalmente normal que ainda assim surjam algumas dúvidas mais específicas sobre a doença. Conversar com um especialista na área é sempre uma boa opção para que tudo seja devidamente esclarecido, mas o Sorrisologia separou alguma das mais comuns para sanar com alguns profissionais.

3.1 Qual a relação entre a diabetes e a doença periodontal?

No geral, a periodontite por si só já é ruim, mas quando essa doença afeta os diabéticos, esse problema ganha uma dimensão ainda maior. “Diabetes é um distúrbio crônico do metabolismo, caracterizado pela utilização ou produção deficiente de insulina, resultando em hiperglicemia, nível maior de açúcar no sangue, e subsequentes complicações sistêmicas, inclusive bucais”, conta o periodontista Sérgio Siqueira. Dessa forma, o especialista ressalta que a doença periodontal afeta cerca de três vezes mais pacientes portadores de diabetes descontrolado por um simples motivo: este indivíduo, quando está com índices glicêmicos altos, diminui a capacidade da resposta imunológica e seu organismo não responde bem às invasões bacterianas que ocorrem nos tecidos da cavidade bucal.

3.2 A periodontite pode ter origem genética?

Por mais que algumas pessoas acreditem nisso, esta não é uma doença hereditária e, portanto, não tem origem genética. Na verdade, a maior responsável pelo seu aparecimento é a placa bacteriana derivada de uma má higiene bucal, apesar de que outros fatores também podem influenciar esse quadro. “Quanto maior o número de fatores de risco, como fumo, diabetes e doenças relacionadas ao sistema imunológico, maior o risco de desenvolver essa doença”, explica o periodontista Ariovaldo Stefani .

3.4 Pessoas com periodontite controlada podem realizar procedimentos estéticos?

A periodontite pode ser bem chata, mas a boa notícia é que para quem tem a doença controlada e faz o acompanhamento regular com um profissional, tratamentos estéticos para dar aquele up no sorriso são permitidos, como o clareamento dental e a colocação de lentes de contato ou facetas de porcelana. No entanto, de acordo com o especialista em dentística Johnatan Marcondes, alguns procedimentos tornam-se desnecessários, como a redução de gengivas, porque uma pequena retração pode acontecer naturalmente nesta região devido a doença.

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