A cárie na raiz do dente é um quadro que merece atenção especial. A condição ocorre quando a ação das bactérias atinge estruturas internas localizadas abaixo da gengiva. Por isso, a doença é mais frequente em adultos e idosos, pois com o passar do tempo, o tecido gengival tende a se retrair, deixando a raiz dentária mais exposta e vulnerável. Para evitar lesões mais profundas, o problema deve ser diagnosticado e tratado o mais rápido possível. A cárie radicular apresenta mais riscos de perda dentária, já que seu nível de comprometimento do dente é maior. 

Conversamos com a dentista Uila Ramos para saber mais sobre as causas de cárie na raiz dentária e quais as opções de tratamento. Confira. 

Cárie na raiz do dente pode ter relação com doenças periodontais

A cárie radicular é o nome clínico dado à doença que acomete a raiz dentária. Segundo a dentista, o problema se desenvolve a partir da exposição de estruturas mais internas do dente devido às alterações no esmalte dentário. “O desequilíbrio entre a desmineralização e remineralização dentária proporciona as condições ideais para o avanço da cárie. A progressão da doença vai, gradualmente, afetando os tecidos dentários. Após o esmalte, vem a dentina e, por último, a polpa dental”, explica. Quando o esmalte já está desgastado, fica mais fácil para as bactérias da boca alcançarem as partes mais profundas do dente. 

A profissional comenta que a exposição radicular também costuma ser uma consequência de doenças periodontais, como a retração gengival e a periodontite. Como efeito, a raiz do dente fica mais suscetível ao acúmulo de bactérias na sua superfície, formando uma placa conhecida como biofilme. “A alimentação rica em carboidratos, deficiência na higiene bucal e a presença da placa bacteriana aderida aos dentes configuram o quadro ideal para dar início à cárie, evidenciada pelas lesões de mancha branca em fase principiante que decorrem do ataque ácido da atividade bacteriana”, cita a dentista, que também atribui a exposição da raiz a tratamentos cirúrgicos e traumas mecânicos. "A associação destes fatores favorece o acúmulo bacteriano nas superfícies de raízes expostas que poderão evoluir para o quadro de cárie e, em fase mais tardia, lesão pulpar (polpa radicular)”. 

Cárie radicular não tratada pode levar a perda do dente 

A dentista Uila Ramos destaca que a cárie na raiz em quadros mais graves aumenta as chances de perda dentária. Portanto, o tratamento deve ser iniciado rapidamente para evitar que a doença evolua e deteriore a polpa do dente de maneira irreversível. “Nos estágios iniciais da cárie radicular, é possível adotar um tratamento que visa a paralisação da cárie e a remineralização da raiz mediante a aplicação de soluções fluoretadas. Com o avanço da doença, será necessário adotar o tratamento restaurador”. De acordo com a dentista, quando a cárie está muito avançada e atinge a polpa radicular, o mais viável é realizar o tratamento endodôntico, popularmente conhecido como canal. O objetivo é evitar ao máximo que o dente seja extraído.  

Como prevenir a cárie na raiz do dente? 

Assim como todos os tipos de cárie, a higiene bucal é indispensável para prevenção de danos na raiz do dente. A escovação diária após as refeições evita o acúmulo de placa bacteriana e a formação de tártaro, dois fatores que afetam os dentes e os tecidos periodontais.  Além disso, a Dra. Uila reforça a importância de fazer visitas periódicas ao dentista para acompanhamento preventivo. “No exame clínico, o cirurgião-dentista avalia o estado de saúde oral e orienta de maneira que o paciente possa melhorar e/ou adequar os seus hábitos de higiene e alimentação”, completa.

Este artigo tem a contribuição da especialista:
Dra. Uila Ramos da Silva - Cirurgiã-Dentista e Ortodontista
CRO-PE - Nº 10.380
Av. Bernardo Vieira de Melo, nº 2730, loja 02, Piedade.
Contato: Whatsapp (81) 99535 6620 / (81) 98528 4650
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Redação: Joanna Dark