Disfagia pode contribuir para o surgimento de cáries
Você sente um certo incômodo ao engolir ou costuma se engasgar com muita facilidade? Isso pode ser um sinal de disfagia orofaríngea, a dificuldade de ingerir alimentos ou até mesmo a própria saliva. Além de atrapalhar a sua refeição, essa doença pode gerar
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Você sente um certo incômodo ao engolir ou costuma se engasgar com muita facilidade durante as refeições? Isso pode ser um sinal de disfagia orofaríngea, a dificuldade de ingerir alimentos ou até mesmo a própria saliva. Além de atrapalhar a sua rotina, essa doença pode gerar uma série de problemas para a saúde bucal, como o aparecimento de cáries. Mas de que maneira uma complicação acaba refletindo na outra? A Fonoaudióloga Daniela Barbosa explica.
Entenda melhor o problema
A disfagia é uma doença que não tem idade para acontecer. Ela pode atingir crianças, adultos e idosos devido a algumas alterações neurológicas, como paralisia cerebral, Parkinson, Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), dentre outras. De acordo com a médica, o problema também acaba aparecendo como uma espécie de sequela após grandes traumas, cirurgias ou má formação genética na boca ou na garganta. "A alteração traz risco direto à saúde e prejuízo na qualidade de vida do paciente, devendo ser avaliado e acompanhado por profissionais especializados", garante.
A especialista ainda faz um alerta para outros cenários. "Em casos mais graves, o alimento deixa de fazer seu trajeto correto para o esôfago e estômago e, da faringe, segue para a laringe e pulmão". Todo esse processo irregular pode aumentar o risco de pneumonias.
E como a disfagia afeta a saúde bucal?
A dificuldade de engolir também pode refletir em algumas doenças bucais. Quando ficamos com um alimento por muito tempo na boca ou enfrentamos um certo obstáculo para digeri-lo, vários restinhos da refeição ficam acumulados nos dentes. Isso significa que se você não tiver bastante atenção ao fazer a higiene bucal, a placa bacteriana será inevitável e todos os problemas que partem dela também, como a cárie, o tártaro, a gengivite ou a periodontite, se a inflamação na gengiva for negligenciada.
Melhor forma de descobrir a complicação
A dificuldade de engolir já é um sintoma bem aparente, mas existem outros sinais que desmascaram a doença, como engasgos frequentes, preferência por uma única consistência de alimentos e pneumonias. Desta forma, todos esses cenários merecem uma atenção e uma consulta profissional mais detalhada. "A avaliação é realizada pelo médico otorrinolaringologista, juntamente com o fonoaudiólogo, em que é observado a alimentação do paciente e as possíveis alterações presentes", afirma a especialista.
A melhor forma de tratamento
O tratamento pode ser realizado com a terapia fonoaudiológica, que reflete em ajustar a força e a coordenação dos movimentos de toda a musculatura da boca e garganta. Ele também pode ser feito com alguns treinamentos que facilitam a ingestão. Casos que apresentam pouca resposta à terapia e um grande risco de aspiração (passagem do alimento para o pulmão), o médico pode intervir estabelecendo uma via alternativa para o paciente se alimentar, como a implantação de sonda nasogástrica ou gastrostomia. "A alimentação está vinculada à saciedade do corpo e também ao convívio social, por isso é importante estar atento aos sinais de disfagia para poder ter seu tratamento estabelecido de forma rápida e assim ter menor prejuízo à saúde e convívio do paciente", finaliza.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Daniela Barbosa - Fonoaudióloga
São Paulo - SP