Aftas: o que são? Quais as causas? Quanto tempo duram? Saiba como lidar com essas pequenas feridas
As aftas são pequenas feridas que afetam a mucosa bucal e que podem prejudicar tanto a fala quanto a alimentação do paciente. Que tal ficar por dentro de tudo que você precisa saber sobre o problema? Confira!
As aftas são pequenas feridas que afetam a mucosa bucal e que podem prejudicar tanto a fala quanto a alimentação do paciente. Que tal ficar por dentro de tudo que você precisa saber sobre o problema? Confira!

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Aftas: o que são? Quais as causas e cuidados? Saiba como lidar

Feridas na boca são mais comuns do que a gente gostaria. Quando menos se espera, logo nasce uma afta para bancar a estraga-prazeres do rolê: você não consegue mais comer nem falar direito sem sentir aquela dorzinha chata incômoda, típica desse quadro. Mas afinal, o que s&at

26/11/2019

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Feridas na boca são mais comuns do que a gente gostaria. Quando menos se espera, logo nasce uma afta para bancar a estraga-prazeres: você não consegue mais comer nem falar direito sem sentir aquela dorzinha incômoda, situação típica desse quadro. Mas afinal, o que são as aftas? Como elas se formam? Que tratamentos podem ajudar a acabar com elas - ou pelo menos amenizar a dor provocada pelas monstrinhas? Será que é possível preveni-las com pequenos hábitos do dia a dia? O Sorrisologia reuniu uma equipe de especialistas que te explica tudo sobre o tema a seguir!

1. Aftas

Uma das lesões bucais mais comuns é a afta, também conhecida como úlcera oral ou estomatite aftosa, que pode ser recorrente (EAR) ou não. No entanto, diferente da úlcera estomacal, que se trata de um problema mais sério, as aftas são uma lesão benigna e superficial. Elas normalmente são pequenas e podem se apresentar de forma única ou múltipla, e não são contagiosas. “Essas pequenas feridas dificultam a fala e a deglutição e podem aparecer na região da mucosa bucal, ou seja, língua, lábios, gengiva, garganta, úvula e mais raramente na mucosa genital”, determina o dentista Murilo Perrella.

1.1 As principais causas para o surgimento de aftas

Muita gente já fica em sinal de alerta quando sente que alguma afta está prestes a nascer, já que o incômodo na região se inicia antes mesmo do seu nascimento. Mas afinal, por que elas se formam? As causas para esse quadro podem ser variadas, mas de acordo com o estomatologista Daniel Cohen, a maioria dos casos de ulceração aftosa são idiopáticos, isto é, sem causa definida. No entanto, essas lesões podem estar associadas ao desequilíbrio do sistema imune do paciente, já que a baixa imunidade facilita a instalação de vírus e fungos na região bucal, o que pode desencadear as tão dolorosas aftas.
Além disso, outros fatores que também podem influenciar nessa situação são: trauma local, deficiência de ferro, vitamina B2 e B9, infecção por HIV, alimentação, estresse físico e emocional, distúrbios gastrintestinais e desequilíbrio hormonal. Sobre a alimentação, o dentista Murilo alerta: “Por mais que seja raro, alergias à alguns alimentos como noz, avelã, canela, abacaxi, tomate, café, refrigerantes e outras frutas cítricas podem piorar o quadro do paciente". Entretanto, é sempre importante que o paciente consulte um profissional de estomatologia para investigar corretamente qual é a origem do quadro.

1.2 A que sintomas ficar atento?

Não é muito difícil identificar quando as aftas aparecem na boca, já que elas são caracterizadas por pequenas úlceras dolorosas e regulares bem chatinhas. “A cor característica dessas lesões normalmente é branca, ou levemente amareladas e têm bordas avermelhadas, medindo aproximadamente 1 cm de diâmetro”, conta a cirurgiã-dentista Mariana Costa.

Elas podem ser tanto episódicas quanto contínuas, isto é, acontecer em um episódio isolado ou com mais frequência - tudo vai depender da origem do problema. Quanto aos seus sintomas, o especialista Daniel Cohen explica: “Os sintomas associados ao quadro de estomatite aftosa geralmente são de dor aguda, que tende a aumentar com o contato direto à lesão, seja com outras estruturas da mucosa ou agentes externos como alimentos”. Além disso, vale destacar que elas ocorrem apenas em mucosa não ceratinizada, podendo afetar todos os locais do interior da boca, exceto o céu da boca, a gengiva e a parte superior da língua.

1.3 O tempo de duração das aftas

As aftas, no geral, tendem a desaparecer entre o período de 7 a 15 dias, dependendo do seu tamanho, e o melhor de tudo: sem deixar nenhuma cicatriz. Por mais chatinhas que elas sejam, depois que somem parece até que elas nunca existiram. Porém, se a permanência dessas feridas persistirem por mais de 15 dias, é fundamental que o paciente procure ajuda especializada de um estomatologista para que seja feita uma avaliação completa que verifique se há indícios de câncer de boca. “Em sua fase inicial, o câncer bucal pode ser confundido com uma afta, principalmente se o paciente em questão for fumante”, alerta Murillo.

2. Cuidados importantes

Ter que lidar com uma afta na boca não é tão complicado assim, desde que o paciente tenha alguns cuidados com a região afetada. Hábitos de higiene e até mesmo de alimentação podem ajudar a melhorar ou piorar as aftas, então é sempre importante ficar de olho no que você está fazendo para não dar nenhuma mancada.

2.1 Alimentação

Se a ideia é fazer com que as aftas incomodem o mínimo possível, o ideal é evitar alimentos muito duros, já que eles podem traumatizar ainda mais a região. Os ácidos também devem ser evitados, conforme o profissional Murilo explica: “Alimentos ácidos, refrigerantes, apimentados, café e chocolates precisam ser cortados também. Para uma melhora do quadro, contudo, recomenda-se comer folhas verdes escuras, dormir bem e manter boa higiene oral”.
Além disso, por mais que a doença esteja ligada principalmente a uma desregulação do sistema imunológico, alguns cuidados com a alimentação são importantes, já que alimentos cítricos - como o abacaxi ou o limão - também podem favorecer o aparecimento das aftas. "Uma dieta balanceada pode sim minimizar deficiências de ferro e vitaminas e permitir que nosso sistema imune seja capaz de cicatrizar as úlceras mais rapidamente, mesmo em caso de estomatite aftosa recorrente, por exemplo", orienta o estomatologista Daniel.

2.2 Usa aparelho? Cuidados redobrados

Quem usa aparelho sabe muito bem como é ter problemas com aftas, já que o acessório facilita bastante o aparecimento das danadas na cavidade bucal devido ao atrito constante entre o aparelho e a mucosa bucal. Entretanto, é possível evitar a formação da estomatite aftosa com o auxílio da cera ortodôntica, uma massinha que impede o contato direto do aparelho com a mucosa. "A cera ortodôntica irá proteger as áreas de mucosa bucal em contato com os braquetes que possam causar trauma e potencialmente levar à EAR", destaca Daniel.

2.3 Higiene bucal feita com jeitinho

Por mais que qualquer contato com a afta gere um certo incômodo, o paciente não pode deixar de realizar a higiene bucal nesse momento. Ela deve ser feita com mais delicadeza para não traumatizar ainda mais a região afetada pela pequena úlcera, mas ela não deve ser evitada de maneira alguma. Isso porque a falta de higiene bucal à longo prazo pode levar à destruição dos dentes por cárie, que por sua vez podem levar a traumas da mucosa bucal e desencadear a estomatite aftosa recorrente, de acordo com Daniel. Então se você pensa que deixar de escovar os dentes pode ser uma boa ideia, pode esquecer, pois as chances de aparecerem ainda mais aftas com o tempo só aumenta e ainda vêm acompanhada de outras complicações bucais.

2.4 Estomatologista pode ajudar

O profissional mais indicado para acompanhar e investigar as causas de uma estomatite aftosa é o estomatologista, uma especialidade dentro da odontologia que tem como objetivo a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças bucais. "Ao frequentar o consultório do especialista, o paciente estará prevenindo o risco de lesões mais graves, inclusive, que podem ser diagnosticadas precocemente como o câncer de boca e as lesões que o precede", conta Daniel Cohen.

3. Os tratamentos para aftas

É possível se livrar das aftas de duas formas: com tratamentos caseiros ou médicos. A primeira opção consiste em duas alternativas: fazer bochechos de uma solução feita com uma colher de leite de magnésia ou bicarbonato de sódio diluído em um copo de água; ou diluir um pouco de água oxigenada 10 volumes em água e aplicar com um cotonete diretamente na afta, conforme as orientações da estomatologista Dulce Helena Cabelho. No entanto, vale ressaltar que é importante que o paciente tenha obtido diagnóstico diretamente de um especialista, hein? Isso é só uma colinha, caso você tenha se esquecido, mas automedicação nem pensar! Marcar uma consulta com um profissional é sempre a melhor decisão, pois só ele poderá te orientar da melhor forma.
Já os tratamentos médicos, por sua vez, buscam acelerar a cicatrização da região e, portanto, normalmente são indicadas pomadas para a mucosa afetada. De acordo com o dentista Murillo, esses medicamentos reduzem inflamação e dor. Além disso, ele destaca que também há tratamentos feitos com laser de baixa potência.

4. Aftas podem aparecer na gengiva?

Essa situação é bem mais comum do que parece! Isso acontece porque às vezes a ânsia por fazer uma escovação eficiente faz com que o paciente aplique muita força na escova durante o processo de limpeza dos dentes, gerando pequenos traumas na região. De acordo com a dentista Mariana Costa, o surgimento de aftas na gengiva normalmente está relacionado à movimentação muito brusca da escova durante o ato da escovação, a uma alimentação baseada em alimentos muito ácidos ou a machucados provocados por alimentos mais duros ou difíceis de morder.

5. O sal alivia os incômodos provocados pela afta?

Na tentativa de se livrar do desconforto causado pela afta, algumas pessoas recorrem a alternativas bem inusitadas, como colocar sal na região para tentar aliviar a dor - o que pode até funcionar em um primeiro momento, mas que não significa que a lesão será cicatrizada logo em seguida. Por isso, por mais que o incômodo seja grande, é melhor não sair colocando qualquer substância na ferida, como o sal. De acordo com a cirurgiã-dentista Isrraela Moura, o mais recomendado são pomadas com propriedades antissépticas e anti-inflamatórias. “Outros medicamentosos como o corticoide, bochechos com analgésicos, antissépticos e até algum anestésico associado são opções, mas tudo depende muito do quadro do paciente”, conclui a profissional.

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