O estágio de cárie profunda ocorre quando a lesão não é descoberta com antecedência, causando danos maiores à saúde bucal. A última fase da cárie se inicia quando a infecção já está bem avançada, de modo que todo o dente fica comprometido. Para saber mais sobre o assunto, o Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Patrícia Almeida, especialista em reabilitação oral e estética, que falou mais sobre o quinto estágio da cárie - como é feito o diagnóstico, quais são os sintomas e o tratamento mais indicado. Vale a pena, ainda, entender melhor cada um dos 5 estágios da cárie - suas particularidades e linhas de tratamento - para saber como agir diante do problema.

Quinto estágio da cárie é marcado por infecção profunda

De acordo com a especialista, o quinto estágio da cárie ocorre quando a lesão cariosa atinge o seu ponto mais crítico. “Ela provoca infecções e abscessos, formando pus na raiz do dente”, explica. Neste ponto, a lesão já comprometeu toda a polpa do dente, demandando um tratamento endodôntico. Devido a esse processo infeccioso, ocorre uma hiperemia (aumento da circulação de sangue) que, consequentemente, gera uma dor pulsante e persistente. Caso você sinta um sintoma semelhante, é fundamental recorrer a um dentista o quanto antes.

O que é um abscesso dental e quais sintomas ele provoca?

Caso a infecção cariosa progrida, gerando um processo inflamatório profundo, é bastante comum surgir um abscesso no dente. De acordo com a especialista, esse problema pode causar uma série de sintomas. “O abscesso é a formação de acúmulo de pus dentro do dente. Esse pus tem que sair pela cavidade da cárie ou pelo buraco do abscesso. Ele provoca ainda inchaço ou vermelhidão na gengiva próxima ao dente cariado. A pessoa pode sentir dor, inclusive na mandíbula e no ouvido, além de sensibilidade a alimentos/bebidas quentes e frias”, destaca. 

Quinto estágio da cárie provoca sintomas mais fortes e persistentes

Em alguns casos, é possível que o paciente descubra a cárie apenas quando ela atinge um estado mais avançado. Isso ocorre, de acordo com a especialista, porque a cárie profunda nunca é silenciosa - isto é, sempre ocasiona algum incômodo no paciente. Já os primeiros estágios podem passar despercebidos, pois a dor começa a ser mais intensa quando a lesão cariosa atinge a polpa do dente. Vale destacar, ainda assim, que o ideal é descobrir a cárie ainda no início para que o tratamento seja mais simples e menos invasivo.

“Não é possível chegar nesse estágio de cárie sem nenhum sintoma. Alguma sensibilidade vai aparecer. Algumas pessoas, no entanto, podem confundir a cárie com o tratamento de canal, já que é possível ocorrer a morte de um dente (o que exige um tratamento de canal) sem o paciente sentir dor. Por exemplo, se a pessoa teve um trauma, caiu e bateu com a boca e o dente ficou dolorido por alguns dias, com o passar do tempo, ela pode não sentir dor, mas o dente começa a escurecer. Aí, tem o diagnóstico de polpa necrosada e tem que tratar o canal. Mas é diferente de cárie.”, esclarece a especialista.  

Em suma, é possível que o dente necrosado (gerado por um trauma) não ocasione dor ou algum sintoma perceptível - a não ser o escurecimento do esmalte. Já a cárie profunda causa uma dor pulsante e aguda, o que demanda uma ação mais urgente e alguns cuidados especiais.

Diagnóstico no quinto estágio da cárie é feito com exames de imagem

Para confirmar o quadro de cárie profunda, de acordo com a dentista, é importante que seja feita uma anamnese odontológica (questionário para levantamento de dados do paciente) e uma investigação mais aprofundada. “O diagnóstico é feito por meio das queixas e da avaliação clínica comprovada por radiografia”, afirma a especialista. Os exames de imagem, em especial, servem para avaliar o estado da parte interna do dente, o que também ajuda a identificar em que estágio exato a cárie se encontra.

Como tratar cárie profunda corretamente

Antes de tudo, de acordo com a especialista, é importante controlar os sintomas e reduzir o desconforto do paciente. No entanto, para resolver o problema de fato, é necessário remover a parte danificada do dente. “Começa com a prescrição de medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios, seguido do tratamento de canal. Em casos sérios, pode ser necessária a remoção do dente”, finaliza a dentista.