O que é leucoplasia, quais as principais causas, tipos de tratamento e cuidados com a higiene bucal?
A leucoplasia oral é uma doença carcaterizada pela presença de placas brancas na boca, que acomete geralmente pessoas com mais de quarenta anos
A leucoplasia oral é uma doença carcaterizada pela presença de placas brancas na boca, que acomete geralmente pessoas com mais de quarenta anos

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O que é leucoplasia e como tratá-la?

A leucoplasia oral é uma doença caracterizada por manchas ou placas brancas que surgem no lábio, língua, gengiva e em diferentes partes da boca. Para tratá-la, é importante fazer o diagnóstico correto e, depois, recorrer a algum precedimento cirúrgico.

10/06/2022

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Caso você esteja com placas brancas na boca, é fundamental investigar o problema, pois pode ser um sinal de leucoplasia oral - uma doença potencialmente maligna que requer tratamento. Só que descobrir a gravidade da lesão, na verdade, pode ser um pouco complicado, já que é necessário fazer um exame histopatológico - uma análise microscópica do tecido afetado. O Sorrisologia conversou com a cirurgiã-dentista Uila Ramos, que explicou o que é leucoplasia, qual o melhor tipo de tratamento e quais cuidados tomar com a higiene bucal nesse processo. Confira!

O que é leucoplasia?

A leucoplasia oral, de acordo com o artigo "Histological Typing of Cancer and Precancer of the Oral Mucosa" da Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma doença - marcada pela presença de placas ou manchas brancas -, que é identificada quando não é possível caracterizar uma outra doença. A dentista Uila Ramos destaca justamente que a leucoplasia precisa ser confirmada por meio de um diagnóstico mais detalhado.

“A leucoplasia é apontada em um diagnóstico clínico quando outras possibilidades diagnósticas são excluídas, devendo-se proceder a uma investigação mais detalhada através de exame histopatológico. Ela surge como placas brancas na boca (em qualquer parte da cavidade oral), e é considerada uma lesão do tipo pré-cancerosa. Isto é: um tecido benigno, alterado na sua morfologia (forma) e que possui um risco maior do que o normal de sofrer transformação maligna”, explica a especialista. 

Embora a doença acometa geralmente pessoas mais velhas, ela pode se manifestar em diferentes idades, sabia? A Dra. Ramos destaca, ainda, que as placas brancas podem surgir em diferentes partes da boca. Por isso, é muito importante prestar atenção na sua saúde bucal e frequentar um dentista de confiança regularmente. “Costuma atingir pessoas acima dos quarenta anos de idade, mas não se limita a essa faixa etária. Pode aparecer no vermelhão do lábio, assoalho bucal, na língua, mucosa jugal (bochecha) e gengiva. Pode assumir uma coloração vermelha (eritroplasia) devido à displasia (desenvolvimento anormal do tecido)”, complementa a profissional.

Quais são as causas da leucoplasia oral?

De acordo com a dentista, é difícil acusar uma causa específica para a leucoplasia oral. No entanto, existem alguns fatores - relacionados a vícios e descuidos com a saúde bucal - que contribuem para o seu desenvolvimento. Confira os principais pontos que a Dra. Ramos destacou:

  • Tabagismo: há uma grande incidência de leucoplasia em pacientes que fumam, apresentando um número alto de lesões e lesões maiores.
  • Etilismo: o consumo de álcool em sinergia com o tabaco, porque os componentes do cigarro são dissolvidos no álcool, aumentando a sua concentração no sangue. 
  • Exposição à radiação ultravioleta: é um fator causal da leucoplasia no vermelhão do lábio inferior, podendo associar-se à queilose actínica. Isso é especialmente importante para as pessoas que se expõem ao sol sem proteção UV para os lábios. Pacientes imunocomprometidos também estão mais propensos  a desenvolver. 
  • Trauma tecidual: a irritação mecânica crônica de uma superfície pode causar o desenvolvimento da ceratose friccional, uma lesão branca com aspecto áspero. Exemplo: áreas edêntulas que sofrem o trauma de próteses mal adaptadas, estomatite nicotínica (resposta ao calor da fumaça do cigarro).
  • Ação de microrganismos: Treponema pallidum (sífilis), Candida albicans (candidíase) e o papilomavírus humano (HPV), sobretudo os subtipos 16 e 18, são microrganismos que também podem causar lesões leucoplásicas no indivíduo.

Como é feito o tratamento para leucoplasia?

Para definir o tratamento ideal contra leucoplasia, é muito importante levar em conta a lesão em si e as particularidades de cada caso. De acordo com a Dra. Ramos, é possível recorrer a diferentes procedimentos cirúrgicos para tratar o problema. “Com o diagnóstico confirmado de leucoplasia pelo método histopatológico, o tratamento poderá ser definido após a biópsia, que denunciará o grau de severidade da lesão. Ele poderá envolver: completa excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia (uma espécie de congelamento da lesão) ou ablação por laser”, afirma a especialista. 

Leucoplasia: tratamento muda a rotina de higiene bucal?

Usar o creme dental indicado pelo dentista, uma escova macia e não abrir mão de cuidados com a higiene bucal são pontos importantes, sabia? De acordo com a Dra. Ramos, durante o tratamento da leucoplasia, é imprescindível redobrar alguns cuidados e seguir todas as orientações do profissional especializado. “O paciente pode e deve manter uma boa higiene bucal com o uso de fio-dental e escovação. Nos casos em que a leucoplasia evolui para o câncer, durante o tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia, podem surgir complicações na cavidade bucal, como: mucosite, xerostomia, que deverão ser acompanhadas e tratadas pelo cirurgião-dentista”, finaliza a dentista.

Atualizada em 23/08/2022.

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