A sensibilidade dentária é uma das condições de saúde bucal mais incômodas. O quadro está relacionado ao desgaste do esmalte dentário, um tecido que protege os nervos do dente de estímulos externos, como mudanças de temperatura e acidez dos alimentos. Sua principal característica é a dor após o consumo de comidas e bebidas quentes e geladas, uma situação que compromete a qualidade de vida de muitas pessoas. Por isso, é importante tratar os dentes sensíveis com orientação profissional já que, além de causar restrições alimentares, a sensibilidade afeta a saúde oral e contribui para o desenvolvimento de outros problemas. Conversamos com o dentista Márcio Ramos para saber mais sobre o assunto. 

Impactos da sensibilidade nos dentes não ficam restritos a dor 

Engana-se quem pensa que a sensibilidade dentinária não evolui para casos mais graves. Mais do que sentir dor ao comer alimentos gelados e quentes, o especialista alerta que o quadro interfere na saúde bucal em diversos aspectos. “Com a sensibilidade, o paciente vai ter dificuldade de realizar uma boa higienização oral e isso pode causar a proliferação de bactérias. Se não for tratada o quanto antes, pode levar à inflamação do tecido pulpar e a necessidade de uma terapia endodôntica, mais conhecida como tratamento de canal”, explica.

Segundo Marcos, sentir os dentes sensíveis já é um sinal de que há algo de errado na cavidade oral. “Essa sensibilidade se dá devido à exposição da dentina  — parte mais macia e interna do dente — por causa da retração gengival”. O dentista comenta que até chegar a esse nível, o esmalte dentário precisa passar por algum desgaste, de modo que as estruturas internas do osso fiquem desprotegidas. Esse contexto acaba sendo uma porta de entrada para diversos problemas. 

Sensibilidade nos dentes pode ser desencadeada por diferentes fatores 

A dor é a característica mais marcante da hipersensibilidade dentinária. Ela surge como resposta da dentina a impulsos externos que chegam às terminações nervosas do dente. “Com essa exposição, os líquidos presentes nela podem ser estimulados por mudanças de temperatura ou alguns alimentos, o que causa a sensibilidade”. De acordo com o dentista, o incômodo está associado a uma dieta muito ácida, que leva à perda do esmalte. “Também ocorre devido a escovação incorreta ou mais de três vezes ao dia. Se a pessoa tiver bruxismo, seus dentes ficam mais sensíveis e alguns são fraturados, expondo a dentina, entre outros fatores”, cita. 

Tratamento da sensibilidade dentária varia conforme a causa 

Márcio afirma que a sensibilidade nos dentes é tratada com foco em solucionar a origem da condição. “A primeira coisa que aconselho é ir ao dentista para descobrir a causa. Só ele vai poder auxiliar. Se a causa for a exposição da dentina, é recomendável fazer o uso de uma escova com cerdas macias, usar um creme dental apropriado com alto teor de flúor e escovar corretamente para evitar a retração gengival e a abrasão do esmalte do dente”. 

À medida que o tratamento avança, o paciente sente o alívio da dor. Contudo, isso não significa que os cuidados devem ser interrompidos. Qualquer pessoa está sujeita a desenvolver sensibilidade dentária. Sendo assim, a prevenção é fundamental. Para o dentista, o primeiro passo é caprichar na escovação, mas sem uso da força excessiva. “ É importante não exagerar na pressão da escova sobre os dentes. Muitos acreditam que quanto maior a pressão, melhor a eficiência na higienização, mas não. O hábito pode desgastar o esmalte e o cemento”, ressalta. 

O dentista ainda recomenda moderar o consumo de alimentos ácidos e ficar sempre atento a qualquer sinal de retorno da sensibilidade. “Assim que a dor aparecer, é bom começar a usar cremes dentais com dessensibilizantes”, finaliza.

 

Redação: Joanna Dark 

Este artigo contém a contribuição do especialista
Dr. Márcio Ramos, graduado em odontologia pela Faculdade de Odontologia de Campos (FOC), especialista em implantodontia e dentística Operatória pela Faculdade de Odontologia de Valença
CRO – 15.032 RJ