Mandíbula deslocada: por que isso acontece?
Entenda por que a mandíbula se desloca e como prevenir. Saiba como bocejos, gargalhadas e tratamentos dentários contribuem para esse problema. Leia agora!
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Você já se pegou bocejando um dia e sentiu uma dor ou um estalo na mandíbula? No momento de fechar a boca também apresentou uma certa dificuldade e não faz nem ideia do que pode ter acontecido? Na verdade, você pode ter deslocado a mandíbula. Mas fique calmo! Este é um tipo de traumatismo bastante comum. Pensando nisso, o Sorrisologia conversou com a especialista em dor orofacial, Rhianna Barreto, e ela explicou um pouquinho mais sobre esse assunto. Confira!
Causas para o deslocamento da mandíbula e razão pela qual isso acontece
Primeiramente, é preciso entender que o deslocamento da mandíbula, na verdade, é o deslocamento da articulação temporomandibular ou luxação condilar. Segundo Rhianna, ocorre quando o côndilo (que é uma parte arredondada do osso da mandíbula) se encontra fora de sua posição normal, podendo estar anterior, posterior, superior, medial ou lateralmente à cavidade glenóide (osso temporal), ou seja, a mandíbula fica fora da sua posição normal, mantendo a boca aberta. “Este travamento é mantido pelo espasmo dos músculos da mastigação, tornando, portanto, a luxação ou deslocamento inevitável. Pode ocorrer quando o paciente apresenta algum tipo de disfunção temporomandibular (DTM) prévia, osteoartrose mandibular, por questões anatômicas e por trauma local”, explica Rhianna.
Bocejar ou gargalhar são aspectos que contribuem para esse quadro
É importante entender que a luxação ou deslocamento mandibular pode ser desencadeado pelo bocejo, pela manipulação da mandíbula durante tratamento dentário, ou por uma abertura exagerada da boca em cirurgias bucais ou faringeanas, sob anestesia geral, durante a intubação, ou até mesmo durante uma gargalhada. Rhianna explica que quando acontece o deslocamento, o paciente fica impossibilitado de fechar a boca e pode ocorrer deformidade facial (alongamento do terço inferior da face), depressão pré-auricular (anormalidades que se encontram nas orelhas), falso prognatismo e lesões funcionais (dificuldade de deglutição, fonação e do próprio ato de abrir e fechar a boca) podem ser encontrados, além de dor na região da articulação temporomandibular.
Cuidados para prevenir o quadro de mandíbula deslocada
Rhianna esclarece que para quem tem esses deslocamentos, o ideal é elevar a língua ao céu da boca ao bocejar, impedindo que a mandíbula se desloque. “Caso aconteça, o paciente deve se manter calmo e tentar fazer com que a mandíbula volte ao lugar sozinha, após o relaxamento da musculatura ou procurar uma emergência para que um dentista especializado reposicione a mandíbula no lugar”.
Esse deslocamento de mandíbula pode significar algum problema na ATM?
A especialista em dor orofacial explica que sim. Caso esse problema não seja por trauma local ou deformidade congênita, o paciente tem um problema na ATM. “As luxações ou deslocamentos mandibulares, quando recorrentes, são um dos tipos de disfunção temporomandibular, levando a dor articular, luxações/deslocamentos recorrentes e disfunção mastigatória”, explica.
Tratamentos para mandíbula deslocada
Para a mandíbula deslocada, o paciente deve procurar um dentista especialista em dor orofacial e disfunção temporomandibular ou um cirurgião bucomaxilofacial. “O tratamento pode ser constituído de conservador ou cirúrgico, sendo este último indicado nos casos de fracasso do tratamento conservador”, explica Rhianna ao exemplificar um pouco mais sobre os tratamentos conservadores: “Exercícios musculares, bloqueio maxilo-mandibular e injeções esclerosantes na articulação temporomandibular”.