É possível prevenir a língua geográfica?
A língua geográfica é uma condição benigna que não possui causas e tratamentos específicos. Saiba mais sobre o assunto com uma especialista!
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A língua geográfica é uma condição bucal considerada rara que pode ser facilmente notada pelos pacientes. Conhecida também como glossite migratória benigna ou eritema migratório, o quadro é caracterizado por manchas vermelhas, lisas e irregulares na língua, o que explica a associação ao mapa geográfico. Ainda que nem sempre seja necessário um tratamento para língua geográfica, é comum que muitos se perguntem sobre as formas de evitar esse aspecto na região. Afinal, existe prevenção para a língua geográfica? Para saber melhor como lidar com a situação, entrevistamos a dentista Rhianna Barreto, do Rio de Janeiro. Veja o que ela nos contou!
Língua geográfica: causas da condição são baseadas em fatores hereditários e psicológicos
Antes de mais nada, é preciso entender o que caracteriza a língua geográfica. Segundo a especialista, a glossite migratória benigna, como também é chamado o quadro, consiste numa patologia que acomete a língua através de lesões que variam na forma, tamanho e cor. “As lesões podem retornar no mesmo local ou em áreas diferentes conferindo seu aspecto migratório”, afirma Rhianna. Na maioria dos casos, a aparência da língua geográfica é parecida com a de um mapa rodoviário - o que justifica o nome popularizado.
Quanto às causas da língua geográfica, é importante ressaltar que elas permanecem sem desconhecidas. No entanto, é possível perceber que os sintomas da língua geográfica estão baseados em fatores psicológicos e hereditários. Geralmente, o quadro tende a surgir entre pessoas da mesma família e em situações de “gatilho”. “Estresse, condições alérgicas, distúrbios hormonais, diabetes juvenil, fatores genéticos, deficiências nutricionais e fissuras na região são algumas das situações que podem estar relacionadas à língua geográfica”, revela a dentista. De acordo com o manual de tratamento publicado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há pesquisas que também indicam que a síndrome de Down pode ser uma condição que influencia no aparecimento do eritrema migratório.
Língua geográfica: tratamento é necessário?
Você pode até não acreditar, mas nem sempre o tratamento para língua geográfica é necessário. “A doença é caracterizada por período de irritação durante o qual as lesões se curam sem desenvolvimento residual de cicatrizes”, conta a especialista. Na prática, isso significa que a língua geográfica não traz riscos para a saúde bucal e não exige cuidados específicos. “Na maioria dos casos, a remissão é espontânea. No entanto, podem ser utilizados analgésicos, anti-inflamatórios e bochechos para aliviar o quadro”, revela a dentista.
Ainda assim, é importante buscar ajuda profissional ao notar qualquer sinal de manchas e fissuras na língua para garantir o diagnóstico correto. Isso porque os sintomas da língua geográfica apresentam um aspecto parecido com o de outras doenças orais, como lesões pré-cancerígenas que, por sua vez, exigem um tratamento imediato.
“A língua geográfica não possui medidas de prevenção”: mito ou verdade?
Verdade. Justamente por se tratar de uma doença sem causa definida, a língua geográfica não pode ser prevenida. No entanto, uma vez que as lesões surgem na região, o ideal é buscar um especialista, de preferência um estomatologista, para um diagnóstico e tratamento correto. Além disso, pacientes que já foram diagnosticados com língua geográfica, devem evitar alimentos quentes, picantes e condimentados que possam lesionar a região, assim como pasta de dentes com substâncias branqueadoras ou com sabores muito intensos.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Rhianna Barreto - Cirurgiã-Dentista
Rio de Janeiro - RJ
CRO-RJ: 37448
Atualizado em 21/07/2023.