Fibromatose gengival: o que é, quais as causas e como tratar?
A fibromatose gengival é uma condição rara e benigna, mas que requer uma atenção especial. Saiba como tratar.
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A fibromatose gengival é uma condição de saúde bucal rara e muito pouco conhecida. A princípio, as pessoas podem imaginar que o quadro se refere a uma doença bucal séria e perigosa, principalmente por conta do nome incomum. Na verdade, o termo se refere a uma alteração benigna da gengiva, caracterizada pelo aumento progressivo do tecido gengival. Por isso, seu principal sintoma é o aparecimento de um nódulo ou inchaço na gengiva. Ficou curioso para saber mais sobre o assunto? Confira na entrevista que fizemos com a dentista Juliana Valente, que nos explicou o que é fibromatose gengival, como ela se manifesta e tratamento.
Fibromatose gengival: maioria dos casos tem origem hereditária
A fibromatose gengival é uma condição rara provocada pelo aumento gengival lento e progressivo. Segundo a dentista, ela é caracterizada por um crescimento do tecido gengival difuso e benigno, geralmente causado por fatores hereditários. “Por ser um aumento de volume, a identificação da fibromatose gengival é feita clinicamente, sendo geralmente observada pelo paciente em estágios maiores quando o nódulo fica mais palpável”, explica. A doença pode acontecer de forma isolada ou associada a alguma síndrome ou doença sistêmica.
Além da hereditariedade, a Dra. Juliana comenta que o quadro também pode ter relação com o uso de remédios. Ao ser questionada sobre os sintomas de fibromatose gengival, a dentista afirma que o mais notável é o aumento gengival. Contudo, por ser um crescimento lento e progressivo, a doença tende a ser silenciosa no início. “Não há sintomas do seu acontecimento, apenas sinais, sendo o principal identificação de um nódulo/ aumento de volume difuso na região gengival”. O crescimento da gengiva ainda pode cobrir os dentes e dificultar o fechamento da boca.
Fibromatose gengival dificulta higienização e deglutição
A fibromatose gengival hereditária é sempre uma alteração benigna. Contudo, isso não significa que o quadro não interfere negativamente na saúde bucal. A higiene oral, por exemplo, é muito prejudicada pelo aumento da gengiva, pois o volume excessivo dificulta a escovação dos dentes. Por isso, é comum que pessoas com fibromatose gengival desenvolvam cáries e doença periodontal. A fala e a deglutição também são afetadas, devido a massa tecidual excessiva acumulada na gengiva.
A fibromatose gengival pode ocasionar outros transtornos funcionais e estéticos, sobretudo quando o crescimento da gengiva cobre a coroa do dente. Outra característica marcante do quadro é sua aparência expansiva. A alteração na gengiva é generalizada e se alarga para diversas direções.
Fibromatose gengival: características auxiliam no diagnóstico
O diagnóstico da fibromatose gengival é feito com base na observação dos sintomas. Ao identificar qualquer sinal de crescimento excessivo da gengiva, o ideal é consultar um dentista imediatamente. A Dra. Juliana afirma que a fibromatose gengival não regride sozinha, porém, muitas vezes, não afeta as funções da fala, mastigação e deglutição. Sendo assim, de acordo com o prognóstico do paciente, a fibromatose na gengiva pode ser mantida ou removida por meio de cirurgia. “O tratamento da fibromatose gengival é amplo e varia com o caso, mas a sua remoção é realizada cirurgicamente, sendo por gengivectomias, ou cirurgias mais amplas para massas nodulares maiores”.
Segundo a dentista, a gengivectomia é indicada, principalmente, em casos associados a medicamentos. Ela ainda cita eletrocirurgia e cirurgia a laser para remoção do excesso gengival. Além da retirada do nódulo, a profissional comenta que o tratamento da fibromatose também deve ser voltado para o fator causador do problema. Por isso, caso seja identificada a causa por uso de fármacos, a orientação é suspender o uso do medicamento.
Sobre o risco de reincidência, a Dra. Juliana responde que as chances aumentam quando o excesso de tecido gengival está relacionado a medicamentos. Por isso, é preciso avaliar o quadro clínico do paciente antes de qualquer conduta. Em alguns casos, é possível cortar o remédio ou substituí-lo por outro.
Partcipou desse artigo a especialista:
Dra. Juliana Valente, dentista clínica geral da Clínica All Smiles. Especialista em odontopediatria pela FOUSP (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo).
Redação: Joanna Dark