Importância da terapia psicológica para o tratamento de bruxismo
Após uma consulta com seu dentista e muitas reclamações de dores no maxilar, o diagnóstico da doença foi confirmado: você está com bruxismo. E agora, qual é o melhor tratamento? Dependendo do caso, os profissionais indicam apenas o uso da moldeira para tratar o&
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Após uma consulta com seu dentista e muitas reclamações de dores no maxilar, o diagnóstico foi confirmado: você está com bruxismo. E agora, qual é o melhor tratamento? Dependendo do caso, os profissionais indicam apenas o uso da moldeira para tratar o problema. Embora o acessório seja eficaz para acabar com o ranger dos dentes, existe uma outra saída que ajuda a controlar o distúrbio de vez: a terapia psicológica. Para falar mais sobre a eficácia desse método multidisciplinar, convidamos a psicóloga Gisele Sobrinho e o especialista em DTM, Robson Caumo.
Descobrindo o problema com o dentista
Tudo começa na cadeira do dentista. Inicialmente, o profissional observa o paciente como um todo. “Sua postura, se aparenta ser ansioso ou estressado”, diz Robson. Isso porque, todos esses fatores contam para o resultado eficaz da anamnese. Após a avaliação, em que são feitas diversas perguntas para identificar a causa psicológica do bruxismo, é possível confirmar o componente emocional como motivo do distúrbio. Feito o diagnóstico, o paciente é encaminhado para o tratamento psicológico.
Como é feito o tratamento com o psicólogo?
Antes de iniciar a terapia, o profissional precisa fazer uma coleta de dados sobre o paciente e sua principal queixa. Tendo todas essas informações, o psicólogo consegue descobrir a periodicidade dos encontros e o que deve ser aplicado ao longo das sessões. “Tendo como foco o bruxismo, o ideal é que esses atendimentos aconteçam uma vez por semana para que o terapeuta possa monitorar a evolução do cliente semanalmente”, garante a psicóloga.
Já o tratamento em si vai depender da linha teórica que cada psicólogo adota. Gisele aplica uma terapia mais breve, estruturada e orientada por metas, com o foco em resolver problemas de maneira consciente e modificar os pensamentos e comportamentos que estão em conflito. Neste caso, o bruxismo é tratado como um comportamento disfuncional. “O paciente desconta no corpo, ao forçar a mandíbula enquanto dorme, os problemas que tenta enfrentar enquanto está acordado”, esclarece.
Isso normalmente acontece quando a pessoa sofre de estresse e não consegue resolvê-lo de maneira consciente durante o dia. Daí, ela pode acumular essa sensação mal resolvida e descontar no corpo enquanto dorme, como acontece muitas vezes nos casos de bruxismo.
De que maneira a terapia ajuda a tratar o bruxismo?
O maior objetivo dessa terapia é mostrar ao paciente o que está acontecendo de errado, realizar mudanças necessárias de pensamentos e encontrar maneiras de enfrentar tal problema. Mas de que maneira tudo isso pode ser feito? Através de técnicas de relaxamento ensinadas no consultório e que podem ser feitas em casa. Em paralelo a isso, o profissional tem a função de investigar a causa que esteja impulsionando o bruxismo. “A terapia vai focar nos possíveis motivos de ordem psicológica, como estresse, ansiedade e traumas que possam estar contribuindo para a permanência do bruxismo”, afirma.
Não deixe o seu dentista fora do tratamento
Para o tratamento ser eficaz, é importante estar sempre em contato com esses dois profissionais, o psicólogo e o dentista. Não se esqueça que o bruxismo pode causar muitos problemas à saúde bucal que vão desde simples desgastes dentários, até perdas da estrutura dental generalizada e, em alguns casos, assimetrias visíveis da face. Todos eles precisam ser resolvidos o quanto antes pelo odontologista.
Robson explica que no cenário de um distúrbio leve, a orientação para prevenir suas lesões é o uso da placa de bruxismo. “Geralmente são suficientes para a resolução do problema”. Em casos mais graves, em que o problema já se tornou crônico e presente por mais de seis meses, avalia-se quais foram os danos e é feito o tratamento mais adequado. “É sempre de vital importância que o profissional especialista em DTM avalie o paciente e indique a necessidade ou não da terapia e por qual caminho deve seguir”, conclui.
Robson Caumo - Especialista em DTM - CRO-RJ: 30043
Gisele Sobrinho - Psicóloga - CRP: 05/50911